quinta-feira, 21 de março de 2019

9 socos na inocência



Diariamente ouço pistas de que mesmo pessoas com boa formação acadêmica e intelectual são inocentes sobre a vida, e são inocentes mesmo intelectualmente. E para estas pessoas, dentre as quais eu mesmo devo estar, eu escrevi esse texto com 9 socos na inocência, baseado na breve experiência de vida e reflexão que tive, e nos ensinamentos de Charles Bukowski, Senna e de Mathew McConaughey (sem comparações).

1. A vida não é fácil e o mundo não é justo! Não acredite nesta bobeira. A vida também não é justa, nunca foi e nunca será. Aliás essa é uma das ideias mais perigosas e infelizes para se ter. Quem acha ou espera que a vida seja justa está fadado à infelicidade.

Como eu poderia provar essa afirmação? Há centenas de argumentos para provar esse ponto, mas vou lançar apenas um: quem decidiu e como foi decidido que uma criança devesse nascer com câncer de Wilms?

Mesmo que a sua resposta tenha sido Deus, isso não faz desse mundo algo justo. Talvez, no agregado geral desse mundo com o do além exista a justiça, mas aqui não. Temos provas quase todo dia que o mundo não é justo.

O mundo não é justo e a humanidade já perdeu muito tempo escrevendo filosofias e religiões que tentam trazer uma aparência de justiça. Inútil: o mundo continua injusto. Ele é como é, a natureza permite uma espécie devorar outra até a extinção, se for necessário. O conceito de justiça na natureza está além do nosso entendimento.

2. Não caia na armadilha de achar que você pode se sentir uma vítima. Você não é. Não há vítimas na terra. Nem culpados. As coisas acontecem como o agregado deixa que elas aconteçam: a sociedade decide o tempo todo, bem ou mal. As circunstâncias complexas e aleatórias decidem o tempo todo. 

O que você pode fazer para aumentar as tuas chances é se expor a situações que possam trazer bons frutos, experiências construtivas e felizes, e se afastar de situações que possam trazer frutos maus. Sem abandonar teu ativo emocional, quem te ajudou, sem abandonar os teus amigos de verdade.

3. Não culpe ninguém, nem a Deus. A lei de Murph diz: tudo o que é possível de acontecer, pode acontecer um dia. Se aconteceu com você, não se importe. Isso de fato te torna especial, porque poucas pessoas precisam lidar com isso. Poucas pessoas precisam desenvolver a capacidade de vencer isso. E você é uma delas.

4. Por maior que seja a sorte ou azar que pareça te atingir, é apenas uma ocorrência que podia acontecer e aconteceu, devido às condições que se apresentaram para você. Não é mérito e nem culpa sua. Não é mérito ou culpa de ninguém. Por isso que você não é melhor nem pior do que o menino com câncer de Wilms, nem do que o neto do Rockefeller. Vocês são quem as circunstâncias produziram a partir das exposições. Só tentar que é mérito seu, conseguir não.

5. Uma das primeiras questões que temos que nos perguntar é o que queremos da vida. O que você quer é ter mais dinheiro? Isso é bom, eu não tenho nada contra o dinheiro. Talvez é ter uma família saudável. É um casamento feliz. Talvez seja ajudar os outros. Deixar o mundo um pouco melhor do que você encontrou. Não importa, você é que tem que decidir.

E continue a se perguntar. E se a sua resposta mudar ao longo do tempo está tudo bem. Tudo muda e não há problema nisso.

Mas faça-se esse favor: busque o que você quer e não escolha por nada que comprometa a tua dignidade. Priorize o que você é, onde quer chegar, quem quer ser, e não gaste tempo com coisas que antagonizam o teu caráter.

6. Seja corajoso e faça seus esforços. Mas primeiro responda a essa pergunta: “o que é sucesso para mim?” Primeiro temos que definir o que queremos e só então temos que investir esforço e trabalho para alcançá-lo e mantê-lo. Faça isso diariamente. O seu jardim precisa ser cuidado diariamente para ficar bem.

7. Em busca da identidade, razão e felicidade, o que você não é é tão importante quanto o que você é. Onde você não está é tão importante quanto onde você está.

Geralmente acreditamos que a nossa identidade na vida é respondida com “eu sei quem eu sou”. Mas “eu sei quem eu sou” não é o primeiro passo, há tantas opções... O primeiro passo correto é responder "eu sei quem eu não sou". Definir o que não somos é o primeiro passo que nos leva a realmente saber quem somos. É um processo de entendimento que pode levar toda a vida. E que pode ir mudando, não tem problema.

8. Saber quem somos é difícil. Sim é. Então dê-se uma pausa. Primeiro elimine quem você não é e você vai encontrar o você precisa ser, o que realmente é.

Nós experimentemos os melhores de nós quando fazemos sempre o nosso melhor para alcançar o nosso sucesso, que você já precisa ter definido. Nós somos os arquitetos de nossas próprias vidas. Estude os hábitos, as práticas, as rotinas que conduzem e alimentam o seu sucesso, sua alegria, seu sofrimento, suas agressões e suas lágrimas. Vamos dar graças a essas coisas, que definem quem nós somos.

Quando fazemos isso nós ficamos melhores! E temos mais para dissertar.

9. A culpa e o arrependimento já mataram muitos homens e mulheres. Então, vire a página, saia do passado. Você é o autor do livro de sua vida.

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